
Segundo se pode ler nos “ Quadros de Loulé antigo” de Pedro de Freitas, teria sido um serralheiro de nome Bartolomeu Fernandes no longínquo ano de 1553 o principal obreiro da ermida dedicada a Nª Sª da Piedade em virtude de por milagre ter salvo uma donzela de um assalto de que foi alvo naquele tempo.
A fama da Santa Milagreira toma foros de Soberana e passa a ser idolatrada. A pequena capela era para ter sido feita não no cimo do monte mas na sua base. Os operários que trabalhavam durante o dia e que à noite deixavam no local da obra as suas ferramentas, espantados ficavam, quando ao outro dia verificavam que elas apareciam no cume do cerro. Espreitam e indagam, e só uma explicação foi encontrada. O poder milagroso da Santa não quer a sua igrejinha, escondida, numa cova; quere-a sim bem alta, para que todos a possam venerar. “
E é assim que há mais de quatrocentos anos Loulé realiza duas procissões em honra da sua padroeira Nª Sª da Piedade. Uma que traz a imagem até à Igreja de S. Francisco sempre no Domingo de Páscoa e onde fica depositada para que os louletanos a venerem mais perto de si e a outra, quinze dias depois, em que a levam até à sua capelinha no monte da Piedade. Nesta caminhada de regresso à sua «casa» é com um misto de emoção e fé que grande parte dos louletanos sobem o monte ao compasso da bela marcha interpretada pela Filarmónica Artistas de Minerva por entre vivas à Mãe Soberana e aos homens do andor.
Até para o ano e Viva a Mãe Soberana !
Fonte: Fotos José Costa ; MãeSoberana e Agrofoto -Algarve.