Há precisamente 39 anos que estreava em Paris um filme que ultrapassava as barreiras do que era aceitável em filmes na época, com cenas envolvendo estupro, masturbação e casos extra-conjugais consentidos pelo casal de namorados no filme.
Sylvia Kristel a holandesa que interpretava “Emmanuelle” e heroína daquela «pouca-vergonha», tornou-se rápidamente famosa no mundo inteiro. A liberdade já tinha chegado a Portugal quando o filme aqui foi estreado e por isso mesmo, as longas filas para adquirir bilhete foram uma constante nas cidades e vilas onde o filme foi exibido.
No Brasil a estreia só aconteceu cinco anos depois e mesmo assim com alguns cortes.
Trinta e nove anos volvidos, que importância teria hoje este filme nas mesmas sociedades onde foi exibido ?
“O erotismo é a vontade de negar a morte, a afirmação da vida. O erotismo pertence ao sagrado.”
―Maurice Béjart .
Sylvia Kristel faleceu em 2012 depois de uma luta inglória contra um cancro no esófago.
Foto: S. Kristel em “Emmanuelle”
Lembro-me perfeitamente desta bela mulher nesse filme que gerou ondas de falsa moral. Em Portugal estávamos em pleno 25 de Abril, numa abertura jamais imaginada.
Era uma mulher linda e sensual. A malvada doença levou-a ainda cedo. Erotismo de 1ª.
Naquela época causou algum escândalo pelo menos entre as mulheres. Mas foram muitas que viram o filme. A partir daí o erotismo soltou-se. Viva a Emmanuelle.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emmanuelle
NTERNADAS
Quinze anos uma, a outra uns dezasseis,
Num só quarto dormiam, lado a lado.
Era em Setembro, à noite, o ar pesado.
Cor de morango, olhos azuis tão frágeis!
Despem, como quem livre se deseja,
A veste fina, d’ambar perfumada.
Ergue a mais nova os braços, arqueada,
Enquanto, mãos nos seios, a irmã a beija.
De joelhos já cai, e assim treslouca,
Cola o rosto ao ventre e sequiosa boca
Afunda no que é sombra e incandescência;
E a menina recenseia o que sente
P’los débeis dedos, um valsar fremente,
E rosada sorri com inocência.
Noticia bibliográfica
Poema publicado em Poemas Malditos de Paul Verlaine (1844-1896), por O Oiro do Dia em 1981, com tradução da poetisa Luiza Neto Jorge (1939-1989) e desenhos de José Rodrigues
Nunca vi o filme, sei do seu impacto, sei também que é da minha terra: Utreque (Utrecht, Holanda).