Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.Miguel Torga
Aos meus queridos amigos ou desconhecidos leitores faço votos que este seja um Natal feito de amor e de sonhos realizáveis.
— FOTOS : Presépio cá de casa, armado num recanto onde o Menino Jesus e todos os que o rodeiam estejam em paz e silêncio.
O melhor símbolo do Natal é sem dúvida o Presépio. Pena estar-se a perder a favor do Pai Natal.
Que espetáculo!
Bonito o presepio e o poema do Miguel Torga. Boas Festas para a malta amiga de Loulé concelho.
Votos de Boas Festas para todos os que visitam a Louletania. Ainda se cantam as Janeiras ?